Na Sua Pele, de Jay Crownover #1

Mesmo não sendo um dos melhores livros do gênero, não quer dizer que não vale a pena.

 

Título: Na Sua Pele

Autora: Jay Crownover
Tradutor: Cassandra Gutiérrez

Páginas: 328

Ano: 2015

Editora: V&R

ISBN: 9788576838128

Avaliação:  ★★★ | Bom.

Sinopse: Quando o tatuador Rule Archer passa, todos os olhares se voltam para ele. O cara é alto, tem o corpo todo desenhado e penetrantes olhos azuis capazes de fazer qualquer garota suspirar. Rule não segue regras. Rule não namora. Ele é do tipo que passa cada noite com uma mulher diferente... um perfeito bad boy. A estudante de medicina Shaw Landon é linda, rica e estudiosa. Ela sempre segue as regras. É o tipo de garota que namora alguém escolhido pelos pais. Mas não é isso o que ela quer. Tudo o que Shaw sempre deseja e sempre desejou é ter Rule Archer. Apesar de se conhecerem há muito tempo, o bad boy nunca havia reparado naquela menina perfeita. Quase ninguém poderia imaginar que os dois formariam um casal. Rule e Shaw são opostos perfeitos. E um relacionamento entre os dois tem tudo para ser explosivo. Na sua pele vai enlouquecer você. Uma história de amor improvável, muitas reviravoltas e cenas picantes. Esse livro marcará você como nenhum outro.

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Assim que li sobre este lançamento, fiquei curiosa sobre a história de Shaw Landon, estudante de medicina, que aparentemente tem uma vida perfeita. Shaw é rica, linda, inteligente e vem de uma família influente. Mas também acompanharemos a história de Rule Archer, um bad boy de corpo tatuado e um moicano colorido. Ele é um cara de um visual alternativo, que foge de relacionamentos e trabalha como tatuador. Ela poderia ter qualquer homem, aquele que quisesse, mas quem ela quis foi ele. E foi aí que eu quis saber qual era a de Rule, porque vamos combinar, moicano roxo? Ah, o cara tinha que ser bom. Muito bom mesmo. 

Eu, particularmente, adoro romances que fujam do padrão mocinho TDB – tudo de bom, pra quem não sabe –, multimilionário, poderoso e dominador enquanto a mocinha é uma inocente – algumas até submissa e coitadinhas –, é exatamente o que eu encontrei em Na Sua Pele e foi o que mais me atraiu. As diferenças entre ambos os personagens são claros desde o início e ao inverter os papéis, a autora conseguiu me ganhar.

Só não gastava muito tempo sendo a pessoa que realmente queria ser. Essa pessoa estava trancada em algum lugar nas profundezas do meu ser, com falta de ar e ainda se apegando à esperança de que o Rule notasse que estava viva. Era muito cansativo ser assim e, nos meus momentos mais vulneráveis, quando era brutalmente sincera comigo mesma, tinha que admitir que não sabia por quanto tempo mais conseguiria aguentar.

Por mais que em um primeiro instante a autora conseguiu me ganhar ao fugir do padrão, mesmo assim a história não funcionou muito bem para mim. Não que o livro seja ruim, é bom, mas não dá pra dizer que é ótimo. Não consegui criar uma ligação com os personagens, que apesar de se conhecerem desde a adolescência, eram quase estranhos.

A história deles começa quando ela, aos 14 anos se torna melhor amiga de Remy, gêmeo idêntico de Rule, e passa a frequentar a casa deles. A família praticamente a adota. Com o passar dos anos, todos acreditam num envolvimento entre ela e Remy, mas a verdade é que Shaw é apaixonada pelo irmão bad boy desde sempre. Após a morte trágica do amigo, Shaw decide cursar faculdade na cidade onde Rule mora, e com isso eles se aproximam e acabam estabelecendo uma rotina, quer dizer, ela determina isso, de todos os domingos irem à casa dos pais dele na tentativa de reaproximá-los. E é aí a parte que não me agradou na história. Não consegui entender a falta de amor próprio da Shaw, que semana após semana, invadia o quarto do Rule, só pra pegar o cara na cama com uma garota diferente todas as vezes. Não dava pra ela simplesmente bater na porta? Gente, é masoquismo demais!

Quanto ao Rule, achei o personagem mais um rebelde sem causa do que propriamente um bad boy. Achei que faltou argumentos que justificassem as atitudes dele. Lógico que a perda do irmão foi um golpe duro para ele e é certo de que ele culpava-se pelo acidente, mas o cara já não valia nada muito antes disso, mesmo na adolescência ele já era um mulherengo.

Aí é que tá, Shaw: nunca pensei que precisava até ficar com você. Nunca pensei que precisasse de nada nem de ninguém até você entrar na minha cabeça e começar a derrubar todos os muros que construí para me proteger dos meus sentimentos.

Algo que realmente me desagradou, que gerou um incômodo muito grande, foi o uso em excesso de expressões típicas da periferia paulistana. Eram tantos mina (Rule só se refere assim pra falar de mulheres), trampo, treta e da hora, que fiquei imaginando a trilha sonora seria regada a muito funk ostentação. Vejam bem, não é preconceito, só acho que torna a leitura regionalizada. Eu sou carioca, mas nem por isso eu gostaria de ler manero (assim mesmo, cariocas comem o " i "), mermo (também substituímos s por r), qualé e mermão. Sinceramente não achei legal. Espero que a V&R reveja isso. Do resto, a edição brasileira ficou muito boa, inclusive achei a capa nacional mais bonita que a americana. Na minha opinião, eu acho que a editora poderia ter mantido o título original que, por mais que não tenha comprometido em nada a história, ainda penso que seria melhor o título original. Também achei interessante a editora disponibilizar no final do livro, a playlist do livro (que não tem, graças a Deus, nenhuma música do Mc Guime) e a sinopse dos próximos lançamentos da série.

Contudo, a trama é boa, a escrita da autora nos prende e mesmo com um incômodo pessoal com os personagens principais, os personagens secundários são ótimos e em nenhum momento pensei em abandonar a leitura. Nesse volume, a Jay já nos apresenta o envolvimento dos personagens do próximo livro, o que foi uma boa forma de prender o leitor à série e fazer com que ele queira ler os próximos volumes. Mesmo que não tenha se mostrado um dos melhores livros do gênero, ainda assim mantenho-me ansiosa pelos próximos livros, que acredito – e assim espero –, serão mais interessante. Na Sua Pele é o primeiro livro da série Homens Marcados, escrito pela autora Jay Crownover.

SOBRE A AUTORA

Jay Crownover é a autora best-seller da série Homens Marcados. Assim como seus personagens, ela adora tattoos. Jay ama música e sonhava em ser uma rock star, mas como não tem nenhuma aptidão para cantar ou tocar algum instrumento, ela se contentou em escrever historias com personagens interessantes e que despertam muitas sensações no leitor. Atualmente, ela mora no Colorado (no Estados Unidos) com três cachorros.

RESENHA ESCRITA PELA COLUNISTA ÉRICA L. MENDES.