A autora conseguiu fazer com que o leitor mergulhe em uma história de força e poder, ao invés de ser apenas mais um espectador.

 
Título: A Rainha Vermelha
Autora: Victoria Aveyard
Tradutor: Cristian Clemente
Páginas: 424
Ano: 2015
Editora: Seguinte
ISBN-13: 9788565765695
Avaliação:   | Excelente!
Sinopse: O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

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EU AINDA ESTOU EM CHOQUE. A Rainha Vermelha é um livro que vem causando um grande furor no mercado editorial. O original foi disputado por várias editoras sendo que a HarperCollins (editora americana) conseguiu os direitos em um contrato que ficou entre seis dígitos, sendo que no Brasil quem levou a melhor foi a Editora Seguinte. Antes mesmo da sua publicação, o livro já tinha seus direitos de adaptação para o cinema comprados pela Universal Pictures e o filme já está na pré-produção. Quando finalmente o livro foi lançado, ele não saiu das listas de mais vendidos. Depois de todo esse sucesso, só podia guardar grandes expectativas e esperar muito dele. Agora, depois da leitura concluída, eu posso afirmar com todas as letras: faz jus à sua reputação.

Mare Barrow é uma garota de sangue vermelho, ou seja, mais uma garota sem poderes em que os prateados tentam explorar, mas ela sempre foi uma garota esperta que vive esgueirando-se pela cidade e tentando sobreviver. Mesmo mantendo um ódio mortal dos prateados, ela acaba sendo convocada para trabalhar no palácio e é lá que ela vai se deparar com a coisa mais inusitada da sua vida: mesmo sendo uma vermelha, ela tem um enorme poder dentro dela. Com todos de olhos na "vermelha que possui poderes", o Rei decidi forjar uma história para dar a volta por cima, mas será que Mare estará preparada para viver entre prateados e uma infinita teia de disputa de poder e demonstrações de força?
O mundo é prateado, mas também é cinza. Não existem o preto e o branco.
Primeiro preciso dizer que eu amei a protagonista, com certeza ela é o ponto mais forte na obra. Mare não é uma garota comum, ela é esperta e faz o que for preciso para alcançar aquilo que deseja, mesmo que isso às vezes implique em usar e manipular os outros ou cometer atos que são julgados como maus. Ela comete vários acertos durante sua jornada, mas também muitos erros, o que acaba tornando-a humana e acabamos nos identificando com ela.

Na minha opinião, um grande diferencial dessa obra é a exploração de cenários. A escrita da autora pode ser realmente encantadora, mas o charme que ela tem ao criar e detalhar todos os cenários pela qual nossa protagonista passa, é realmente incrível. Ela mescla um mundo meio medieval com grandes cidades como as que temos hoje em dia, sem contar toda a grandeza das edificações de ferro, cristal e vidro que ela cria. Cidades extremamente desenvolvidas, castelos, vilas, condados, circuitos industriais e toda uma rede subterrânea com detalhes ricos que só engradecem ainda mais a sua obra. Calma! Talvez você não goste de muitos detalhes ou até mesmo ache que detalhes demais deixam a narrativa cansativa, mas a Victoria conseguiu descrever todo esse universo da forma mais clara e dinâmica possível.

Outro ponto que chama muito a atenção são as cenas de ações. Os poderes dos prateados são incríveis e são os mais variados possíveis. Existem aqueles super poderosos, que movem ferro e aço, aqueles que controlam o fogo ou até aqueles que invadem mentes, mas também existem os curandeiros, os cantores e outros prateados que pertencem à casas mais fracas. A disputa de poder, de conseguir chegar no topo, de ser a casa mais rica e forte é algo intrincado no interior dos prateados. 
Os deuses ainda governam. Ainda descem das estrelas. Só não são mais gentis.
Eu vi algumas pessoas falando que esse livro parece muito com a série A Seleção ou com os X-Men's, mas eu discordo em partes. Discordo da primeira comparação, porque não há muito romance no livro, afinal o foco da trama é realmente na ação, na guerra e na disputa de poder. Já a comparação com X-Men POR FAVOR NÉ GENTE, não é porque o livro fala de pessoas com super poderes, que vocês já tem que comparar com X-Men.

Esse livro definitivamente entrou para a lista de favoritos. Por mais que o livro A Rainha Vermelha traga uma premissa inicialmente batida e bastante comum no meio literário e televisivo, a autora conseguiu fazer com que o leitor mergulhe em uma história de força e poder, ao invés de 
ser apenas mais um espectador. Esse livro traz personagens fortes, uma trama incerta e surpreendente e com uma narrativa envolvente. A Rainha Vermelha é o primeiro livro da série que carrega o mesmo nome, escrito pela autora Victoria Aveyard e o segundo livro já foi publicado no Brasil, com o título de Espada de Vidro.

SOBRE A AUTORA
Victoria Aveyard cresceu numa cidadezinha em Massachusetts e frequentou a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Ela se formou como roteirista e tenta combinar seu amor por história, explosões e heroínas fortes na sua escrita. Seus hobbies incluem a tarefa impossível de prever o que vai acontecer em As Crônicas de Gelo e Fogo, viajar e assistir Netflix.

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