Há inúmeros motivos para indicar não só ele livro mas como toda a série e simplesmente não consigo pensar em pontos que levariam qualquer leitor a não lê-la.

 
Título: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
Autor: Stieg Larsson
Tradutor: Paulo Neves
Páginas: 528
Ano: 2015
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535926163
Avaliação:   | Excelente!
Sinopse: Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou. Quase quarenta anos depois, o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger, e que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente.

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Para mim, é uma honra poder reler este livro e dizer com todas as letras: é um livro surpreendente. Fazia muito tempo que eu gostaria de relê-lo e quando a Companhia das Letras publicou as novas edições, precisei vivenciar tudo novamente. Já não é mais segredo para ninguém que essa série é uma das minhas favoritas justamente porque foi através dela que eu me apaixonei pela literatura e me tornei um leitor assíduo. Sem contar esse motivo, eu ainda teria dezenas de motivos e pontos positivos para indicar ela como por exemplo a escrita inteligente e viciante do Stieg, a trama muito bem arquitetada e os desfecho sempre são surpreendentes e que não deixam pontas soltas. 

No primeiro livro da série Millenium, Mikael Blomkvist é um jornalista que acabou de ser condenado por difamação, mas mesmo assim ele é o escolhido pelo milionário Henrik Vanger para investigar o sumiço — e possível assassinato — de Harriet Vanger. Depois de quarenta anos, Henrik quer saber porque nunca foi encontrado um corpo e porque ele continua recebendo uma flor emoldurada todos os anos, assim como recebia quando Harriet ainda estava viva. Para essa tarefa nada fácil, Mikael vai atrás da ajuda de Lisbeth Salander, uma garota com uma mente brilhante e uma hacker super talentosa. Juntos, eles começam a desvendar um mistério enterrado há anos e que está despertando o lado mais brutal da família Vanger.
Mikael sabia perfeitamente que todas as famílias têm esqueletos no armário. A família Vanger tinha um cemitério inteiro.
Se um dia me perguntassem qual o meu livro favorito, a resposta mais provável seria a série Millenium  afinal, não é fácil escolher apenas um , mas talvez eu arriscaria dizer que o primeiro, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, é o meu favorito. A trama conta com uma vasta rede de informações e dados, uma grade extensa de personagens e uma rede de segredos envolvendo um império, uma família e muito poder. Talvez você possa pensar que o leitor acabe se confundindo ou mesmo se perdendo em algum momento, mas isso não acontece. Com muita maestria, o autor conduz o leitor passo a passo através de uma Suécia jamais conhecida e leva-o a conhecer os personagens com passados obscuros e com segredos que podem valer vidas. Em momento algum me senti perdido ou confuso quanto aos personagens, o Stieg consegue tornar seus personagens fortes e característicos além de fazer com que você mergulhe de cabeça na história, ficando impossível de largar o livro.

Lisbeth Salander com certeza é a melhor personagem que eu já conheci. Lisbeth é forte, com um passado e podemos até dizer que o presente também  perturbador mas com uma inteligencia acima da média. Sua mente fotográfica e capacidade de memorizar, raciocinar e ligar os fatos é tão grande que é excitante vê-la arquitetando a trama. Ela é uma hacker, uma das melhores. Tentando acabar com o Estado que tem fodido com a sua vida desde o começo, ela usará toda sua inteligência para dar o troco: ela não deixará que o Estado continue com suas perversões. Marcada pelo passado, Stieg nos traz uma protagonista com uma aparência diferente dos "heróis" da literatura, uma personagem com diversas tatuagens e piercings na pele e com distúrbios alimentares que levam-na a pesos baixíssimos. Ainda poderíamos citar sobre sua bissexualidade assumida, seu envolvimento sexual com parceiros aleatórios, uso de drogas, lista de crimes virtuais, etc. É inegável que Lisbeth Salander é a personagem que causa mais furor em toda a literatura atual.
— Se foi o que aconteceu, trata-se de um canalha com muito sangue-frio. 
Henrik Vanger deixou escapar um riso amargo.
— Você acaba de dar uma descrição perfeita de um grande número de membros da família Vanger.
O que dizer desse desfecho? Por mais que ao longo da trama as peças comecem a se juntar e formar algo tremendamente poderoso, não há como prever toda a grandiosidade desse final. Não que eu já não esperasse algo surpreendente, eu esperava justamente porque a trama toda foi uma surpresa a cada página. Mas o autor fecha a história do primeiro livro de uma maneira extraordinária, não poderia ser mais plausível!

Eu queria ter mais espaço e dizer tantas coisas a mais, queria dizer tantas palavras que descreveriam a grandeza dessa obra, mas espero ter conseguido transmitir um pouco da minha paixão e admiração por ela. Como eu disse no início, há inúmeros motivos para indicar não só ele livro mas como toda a série e simplesmente não consigo pensar em pontos que levariam qualquer leitor a não lê-la. Por mais que meu interesse no quarto livro seja zero, os três primeiros livros foram um marco na minha vida e fiquei feliz ao poder reler essa história tão inteligente e ao mesmo tempo tão doente e psicologicamente instável, do jeitinho que um bom apreciador de suspense policiais e thriller gosta. Os homens que não amavam as mulheres é o primeiro livro da série Millenium, que foi escrita pelo autor sueco Stieg Larsson.

SOBRE O AUTOR
Stieg Larsson nasceu em Skelleftehamn, na Suécia, em 1954. Foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos de seu país e trabalhou na destacada agência de notícias. À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofascistas e racistas. Por causa de sua atuação na luta pelos direitos humanos, recebeu várias ameaças de morte. Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores a trilogia Millennium, morreu, vítima de um ataque cardíaco.

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