O que me faz pular vai além do que uma história bonitinha. Não há como você não se emocionar.

 
Título: O que me faz pular
Autor: Naoki Higashida
Tradutor: Rogério Durst
Páginas: 192
Ano: 2014
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580574975
Avaliação:  ★★★ | Ótimo
Sinopse: Naoki Higashida sofre de autismo severo. Com grande dificuldade de se comunicar verbalmente, o jovem aprendeu a se expressar apontando as letras em uma cartela de papelão, e, aos treze anos, realizou um feito extraordinário: escreveu um livro. Delicado, poético e profundamente íntimo, O que me faz pular traz uma nova luz para entendermos a mente autista. O jovem explica o comportamento muitas vezes desconcertante das pessoas com autismo e compartilha conosco suas percepções de tempo, vida, beleza e natureza, apresentadas em um relato e um conto inesquecível.

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É fácil se emocionar com livros em que relatam a história — muitas vezes fictícias porém bastante reais — que envolvem pessoas com certas deficiências não sei se seria a melhor palavra como o autismo, mas em O que me faz pular vai além do que uma história bonitinha. As dificuldades enfrentadas constantemente por essas pessoas e sua incrível força de vontade são pontos característicos para comover o leitor, mas isso nem se compara quando, o próprio protagonista é o autor, quando a criança autista cresceu e provou que é capaz de tudo, que não há limites. Não há como você não se emocionar.

Escrito quando o autor tinha apenas 13 anos, este livro não nos apresentará um enredo com começo, meio e fim e com protagonistas e personagens secundários, neste livro vamos encontrar um apelo, um pedido de atenção. O autor nos trará possíveis situações em que o enfoque será a maneira como as pessoas devem atender às necessidades das pessoas com autismo.
Mas, por favor, façam o que fizerem, não desistam de nós. Precisamos de sua ajuda.
As limitações dessas pessoas são grandes e elas precisam de uma atenção especial, mas às vezes no nosso mundinho egoísta, acabamos perdendo a paciência e descontando neles sendo que nem eles ao menos sabem o porquê. E em momento algum ele retaliou essas ações ou tentou fazer com que o leitor sinta-se mal por tratá-los dessa maneira. Mas enquanto lia este livro senti vergonha por essa atitude de algumas pessoas e minha vontade foi conhecer um autista naquele momento e abraçá-lo — ou não, eles não gostam de ser tocados.

Como qualquer pessoa do século XXI que tenha contato com algum meio de comunicação, conhecia de fato o autismo, mas não tão profundamente como agora eu conheço. Antes eu tinha apenas a vaga noção das dificuldades enfrentadas dia e noite, todos os dias pelos autistas, mas agora vejo que não fazia ideia de quão grandes são essas dificuldades e o quanto as pessoas que os cercam podem contribuir para aumentar ainda mais. Eles, como qualquer outro ser humano só precisam ser amados. Você saber o que eles passam é totalmente diferente do que ver pelos seus olhos, mas com certeza este é um livro que vai abrir seus horizontes e te fazer enxergar por outros olhos. 
Quando eu era pequeno, nem sabia que era uma criança com necessidades especiais. Como descobri? Com os outros me dizendo que eu era diferente de todo mundo, e que isso era um problema.
A narrativa do autor é bem fluída, linguagem simples e com capítulos geralmente bem curtinhos, sempre iniciando com uma pergunta e desenvolvendo-se como a resposta/explicação para a questão levantada. O autor ainda intercala alguns contos com uma mensagem reflexiva.

Fugindo das leituras cômodas em que eu estava acostumado, este livro é talvez o primeiro passo para uma sociedade melhor, não apenas sobre o tratamento de pessoas com necessidades especiais mas porque a essência do livro é o respeito e a carência de nos colocar no lugar do outro. Leitura obrigatória, claro.

SOBRE O AUTOR
Naoki Higashida nasceu em 1992 no Japão e foi diagnosticado com autismo quando tinha apenas cinco anos. Com 13 anos de idade escreveu seu primeiro livro, publicado em inglês somente em 2013. Os comentários têm sido mistos, porém ambos comemorando a realização de um jovem autor mentalmente e emocionalmente desafiado e a expressão do desconforto de se envolver.

3 comentários:

  1. Oiee
    Esse livro deve ser muito emocionante ,te fazendo cair de cara na dura realidade de pessoas austistas,que sofrem preconceitos e tem suas dificuldades.
    Acho que nunca li algo relatando fatos assim,gostei muito da coragem e determinação do autor de escrever esse livro.
    bjs

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  2. Deve ser um livro um pouco difícil de ler, algumas vezes é complicado sair da nossa zona de conforto, mesmo assim fiquei curiosa... Eu achava que era um livro de ficção, não uma biografia...

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  3. Essa história está bem próxima de mim,só que de forma bem mais séria. :/
    Gostaria de ler o livro , mas sei que irei me emocionar bastante.
    Só que se eu for ler será daqui há algum tempo, pois no momento não dá.

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