Altamente recomendado por se diferenciar dos demais livros do gênero.

 
Título: O Teste
Autora: Joelle Charbonneau
Páginas: 320
Ano: 2014
Editora: Única
Avaliação:  ★★ | Ótimo
Sinopse: No dia de formatura de Malencia ‘Cia’ Vale e dos jovens da Colônia Cinco Lagos, tudo o que ela consegue imaginar – e esperar – é ser escolhida para O Teste, um programa elaborado pela Comunidade das Nações Unificadas, que seleciona os melhores e mais brilhantes recém-formados para que se tornem líderes na demorada reconstrução do mundo pós-guerra. Ela sabe que é um caminho árduo, mas existe pouca informação a respeito dessa seleção. Então, ela é finalmente escolhida e seu pai, que também havia participado da seleção, se mostra preocupado. Desconfiada de seu futuro, ela corajosamente segue para longe dos amigos e da família, talvez para sempre. O perigo e o terror a aguardam. Será que uma jovem é capaz de enfrentar um governo que a escolheu para se defender?

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Desde a publicação da trilogia Jogos Vorazes, distopias conquistaram o mercado editorial rapidamente e os leitores também. Eles ainda continuam em alta mesmo depois de tantas outras serem publicadas, o que tem deixado os leitores cada vez mais críticos com novos livros do gênero. Em O Teste não seria diferente, esperava que não fosse mais uma distopia mas que trouxe algo novo e original e acho que conseguiu suprir minhas expectativas.

Cia é a protagonista que tem o sonho de participar do Teste, que seleciona os melhores alunos da nação para serem líderes e conseguirem reconstruir o mundo arruinado pela guerra. Mas o Teste guarda segredos que os participantes não imaginam. Ao seguir para o Teste, Cia terá que enfrentar mais do que simples provas e garantir sua vaga na universidade, terá que lidar com a pressão, esquecer que um dia sentiu algum tipo de emoção e enfrentar concorrentes que fazem de tudo para conseguir uma vaga.
Mas desistir é a última coisa que eu faria. Não depois de tudo o que testemunhamos e as coisas que fomos forçados a fazer. Desistir seria como admitir que nada importou.
O começo é na verdade meio devagar, tornando a leitura meio entediante e cansativa mas aos poucos vamos nos acostumando com a escrita da autora e nos afeiçoando aos personagens. O que é um erro, já que durante muitas passagens a protagonista é alertada sobre confiar nos outros e agiar pelas emoções. Como somos alertados, é tão difícil aceitar os relacionamentos da Cia com os demais candidatos e toda vez dava vontade de socar a protagonista por isso.

Na disputa com as outras distopias, O Teste possui diferenças claras das demais. Encontramos um Governo na qual os habitantes confiam, não há um movimento rebelde somente alguns casos isolados de pessoas que discordam do governo, conhecemos pessoas que procuram ajudar umas às outras e por fim e não menos importante: não há um passarinho como símbolo de alguma coisa — cara, eu odeio que toda distopia copie isso de Jogos VorazesJá que falamos do diferencial das demais distopias, vamos comentar como o plano distópico é forte durante toda a narrativa. A falta de água, a fome, a falta de tecnologia nas colônias, animais e plantas modificados pelas armas nucleares e a infertilidade do solo são problemas enfrentados pelo povo da Comunidade das Nações Unidas.
Ele me diz que os maiores fracassos em geral vêm antes das maiores descobertas. Que não importa o que aconteça, eu nunca devo ser desencorajada. Que eu aprenda com os meus erros e tudo ficará bem.
Ok ok, eu sei que isso é chato mas se faz necessário. Na contracapa do livro há um comentário da Kirkus que fala que o livro é uma mistura de Jogos Vorazes e Divergente mas eu não concordo. Tudo bem que a primeira cena é idêntica ao começo de Divergente e a última prova realmente pareça Jogos Vorazes, mas não, eu não acho que sejam parecidos por isso não comprem por causa dessa comparação, comprem porque é uma distopia que não se iguala as demais e merece conquistar um lugar na estante dos leitores.

Durante a narrativa, acontecem algumas mortes que é algo já bastante recorrente e marcantes do gênero, e algumas  na verdade a grande maioria delas  foram tão em vãs que o leitor quase não sente pela falta do personagem. Alguns a autora se livra deles logo que conhecemos, outros são eliminados sem ao menos sabermos o nome. Não passamos pelo processo de nos apaixonar pelo personagem e ele ser brutalmente tirado, a autora tenta nos convencer depois que ele morreu que foi algo trágico para a protagonista mas a verdade é que foi bem insignificante para o leitor.
Podemos simplesmente deixar para trás as pessoas que chamamos de amigos?
A editora Única tem um capricho muito grande com seus livros e com este livro não poderia ser diferente. Só de terem mantido a capa inglesa e não pegarem aquela azul horrível já ganharam pontinhos extras, sem contar que há alguns números que só são visíveis quando a luz reflete na capa, ficou muito legal. A diagramação também conta com folhas amarelas, abas e com uma fonte e margem adequadas.

Entre altos e baixos, O Teste chega com a intenção de ser mais do que mais uma distopia no mercado e trás um contexto original para os leitores mais ansiosos e críticos. Altamente recomendado por se diferenciar dos demais livros do gênero. Não preciso dizer quão ansioso estou para ler a continuação intitulada Independent Study, que deve sair ainda esse ano. 

SOBRE A AUTORA
Joelle Charbonneau começou a narrar histórias por meio da ópera, mas hoje ela encontra voz pela escrita. Ela vive em Chicago com seu marido e seu filho. A autora foi considerada uma das mais importantes descobertas de 2013 e a trilogia O Teste entrou para a lista de best-sellers nos EUA. O Teste foi escolhida a mais importante leitura do verão pela Indie Next 2013 Summer YA Pick.

1 comentários:

  1. Bom, vamos lá, comecei a ler O Teste faz uns dois dias e ao contrário de você não achei o começo parado, até gostei pq ele trás toda a ambientação da histórias e o porque de certas coisas, não fica no suspense, isso, ao meu ver, foi bacana. Quanto ao passarinho que normalmente vemos em distopias eu acredito que ele represente liberdade, não necessariamente uma cópia de Jogos vorazes, porém ainda não li JV, então nã[o sei se estou certa. Não li muita coisa ainda, mas já digo que concordo com o que vc disse sobre as amizades de Cia, em particular uma delas está me fazendo ter a sensação de que isso não vai acabar bem, sabe aquela sensação de que o mocinho talvez não seja tão bonzinho assim? Porém, não posso afirmar pq não terminei o livro kkkkk. Não sei se vou curtir essa falta de identificação com os personagens que morrem, apesar de ser triste qdo a autora se desfaz de um personagem que amamos isso, para mim, torna a história mais "verídica" no sentido de que tudo pode acontecer e nada é certo, o que acaba com os clichês e transforma a história em algo surpreendente. Por fim, acredito que irei gostar da narrativa, mas falta muito para chegar ao final, então veremos! http://blogliterata.blogspot.com.br/

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