Uma estreia boa e um prato cheio para os amantes de um bom romance policial.

Título: Réquiem para um Assassino
Autor: Paulo Levy
Páginas: 224
Ano: 2011
Editora: Bússola
Avaliação: ★★ (ótimo)
Sinopse: Parecia uma manhã como outra qualquer na pequena Palmyra, uma cidade histórica no litoral do Rio de Janeiro. A caminho do trabalho, o delegado Joaquim Dornelas se espanta com um movimento incomum nas ruas. Diante da Igreja de Santa Teresa e da Antiga Cadeia, no Centro Histórico, uma multidão observa o corpo de um homem atolado na lama seca do canal.
Ninguém sabe como o corpo foi parar lá. Não há sinais de arrasto, marcas de barco, violência, ferimentos, nada. Apenas um band-aid na dobra interna do braço esquerdo. Abandonado pela mulher e longe dos filhos, o delegado Dornelas, um tipo humano, amante de cachaça e de mingau de farinha láctea, se envolve de corpo e alma no caso em busca de salvação. 
Sem aviso, a irmã do morto e um vereador poderoso aparecem para dar informações importantes sobre o que se tornaria um caso de dimensões bem maiores do que Dornelas poderia imaginar. Aos poucos se revela uma complexa teia de interesses envolvendo a política, o tráfico de drogas, a prostituição e a comunidade local de pescadores. A intuição aguçada, a cultura e o conhecimento das forças que movem a natureza humana permitem ao delegado Joaquim Dornelas se mover habilmente pelo emaranhado de fatos e versões que a trama apresenta. O que a princípio seria mais uma investigação na sua carreira, se torna para o delegado uma jornada de transformação pessoal.

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O gênero literário que me arrastou para esse mundo maravilhoso da leitura foi o policial/suspense, então sempre fui e ainda sou muito exigente quando leio algum, assim, posso afirmar que este livro é um dos melhores entre os outros nacionais do gênero.

A trama já começa com a apresentação do caso através da cena do crime e do destemido protagonista Joaquim Dornelas. De cara já gostei do livro, aos poucos o leitor vai se aperfeiçoando ao cenário e os personagens são bem marcantes.

O protagonista possui uma personalidade muito característica de detetive, basicamente a mulher rompeu o relacionamento com ele e junto com ela se foram os dois filhos do casal. E o autor pretende manter o personagem durante toda uma série de livros policiais o que achei super positivo, já que grandes escritores do gênero já fizeram isso como Agatha Christie e James Patterson.
Naquela situação, o delegado Joaquim Dornelas olhou para aquela gente e viu um enxame de moscas sobre estrume fresco.
Um ponto importante quando se escreve ou lê um romance policial, é justamente o desenvolver do mistério e o autor conseguiu neste livro. Aos poucos, com a ajuda do detetive, vamos descobrindo pistas e tentamos solucionar o caso juntando as peças do quebra cabeça. Isso nos leva também a não confiar muito em todos os personagens e cada vez mais cresce sua lista de suspeitos.

Talvez ao começar a ler você possa achar que a história está caminhando em um ritmo lento e às vezes até cansativo. Depois que o crime acontece a história realmente começa ir um pouco mais devagar devido a apresentação de novos personagens e a introdução das pistas, mas conforme o detetive se aprofunda mais no caso a leitura se torna muito mais rápida.
Na sua obtusidade masculina, Dornelas não soube definir a extensão da ironia, tão curta é a distância entre o elogio e desprezo nos meandros da comunicação de uma mulher
E claro, não posso deixar de mencionar que por mais que seja uma obra de ficção, muitos aspectos estão muito reais dentro da sociedade em que vivemos. Drogas, prostituição, política, diferenças entre classes sociais, corrupção, etc são partes do enredo que só agrega a história.

A diagramação do livro no geral é muito boa, traz folhas amarelas, uma capa que condiz com o enredo, orelhas e fonte, espaçamento e margens no tamanho apropriado.

Como o autor desenvolveu bem o mistério, e sua narrativa ágil e sem muitas complicações, só contribuem ainda mais para uma leitura rápida. Indico para os amantes de um bom romance policial, mas para qualquer um que pretenda se aventurar pela literatura nacional, esse com certeza seria um bom começo.

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Antes de entrar no meio editorial, em 2001, com uma empresa de livros digitais, fuiex uma porção de coisas: profissional de squash, redator publicitário, dono de agência e até de bar no litoral de São Paulo. Em seguida trabalhei com livros na editora Objetiva e com revista na editora Horizonte. Em 2011 lancei-me como escritor. Meu livro de estreia, Réquiem para um assassino, assim como meu último lançamento, Morte na Flip, também é publicado pela Editora Bússola.

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