Toda a trama foi muito bem construída e estruturada de uma forma que mesclasse um período histórico aos seres sobrenaturais.

 
Título: Alma?
Autora: Gail Carriger
Tradutor: Flávia Carneiro Anderson
Páginas: 308
Ano: 2013
Editora: Valentina
ISBN: 9788565859042
Avaliação:   | Ótimo.
Sinopse: Alexia Tarabotti enfrenta uma série de atribulações sociais, quiproquós e saias justas (embora compridíssimas) em plena sociedade vitoriana. Em primeiro lugar, ela não tem alma. Em segundo, é solteirona e filha de italiano. Em terceiro, acaba sendo atacada sem a menor educação por um vampiro, o que foge a todas as regras de etiqueta. E agora? Pelo visto, tudo vai de mal a pior, pois a srta. Tarabotti mata sem querer o vampiro ― ocasião em que a Rainha Vitória envia o assustador Lorde Maccon (temperamental, bagunceiro, lindo de morrer e lobisomem) para investigar o ocorrido. Com vampiros inesperados aparecendo e os esperados desaparecendo, todos parecem achar que a srta. Tarabotti é a responsável. Será que ela conseguirá descobrir o que realmente está acontecendo na alta sociedade londrina? Será que seu dom de sem alma para anular poderes sobrenaturais acabará se revelando útil ou apenas constrangedor? No fim das contas, quem é o verdadeiro inimigo, e... será que vai ter torta de melado? 

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Quando perguntei a uma amiga sobre o que ela achava sobre essa série, ela simplesmente respondeu: Gosta de steampunk? Essa é melhor série do gênero! Ainda não tive muito contato com esse novo gênero em ascensão, mas queria mergulhar de cabeça, então não começar pelo melhor? E ela não podia estar mais certa! 

Alexia é uma preternatural, ou seja, todo ser sobrenatural é neutralizado pelo seu toque, se tornando mortal novamente. Combinando esse dom com sua maneira nada adequada para uma moça de família, Alexia apronta muito pelo mundo sobrenatural e pelo natural também, mas ela tem Lorde Maccon que sempre encobre suas travessuras. P
or um motivo inexplicável, alguns vampiros novos têm aparecido e não respeitam as regras, assim como alguns lobisomens solitários têm desaparecido. O DAS terá que descobrir o que está acontecendo, mas quando a ameaça vai atrás de Alexia, o assunto se torna pessoal para Lorde Maccon. Ele precisa dar um fim nisto.
A jovem concluiu, naquele exato momento, que Lorde Maccon possuía dois modos de operação: irritado e excitado. Perguntou a si mesma com qual deles preferiria lidar no dia a dia. Seu corpo se meteu no debate sem o menor constrangimento, levando-a a uma escolha tão chocante que ela ficou muda por muito tempo.
Narrado em terceira pessoa, vamos conhecendo aos poucos cada personagem, mas logo de cara, vamos nos deparar com uma personagem bastante exótica. Alexia é uma morena nada comum para sua época — já que predominava a brancura vampiresca —, com seios e quadril fartos, o que resultou em uma solteirona. Mas seus "defeitos" não terminam aí, definitivamente ela é uma mulher impulsiva, totalmente sem papas na língua e com aquele humor negro sensacional. Com certeza essa combinação geraria uma das personagens mais perspicaz e jocosa que eu tenha encontrado em qualquer uma das minhas últimas leituras.

Além de Alexia, não tem como não falar do Lorde Maccon e Lorde Akeldama. Lorde Maccon é um lobisomem bruto e bastante carrancudo. Por mais que ele tenha pulso firme com todos os outros lobisomens, o que mantém sua posição de Alfa — ninguém se quer tenta desafiá-lo , Alexia consegue tirá-lo do sério facilmente, tanto fazendo com que ele se enraiveça ou mesmo extasiá-lo de excitação. Já Lorde Akeldama é um dos amigos da nossa protagonista, um vampiro extremamente extravagante, sempre muito cheio de brilho e cores exuberantes, mas deveras muito divertido e sempre está por dentro das novidades da alta sociedade.
O conde nu era uma coisa, mas nu, com aquele sorrisinho travesso dele, era devastador.
A narrativa da autora tem aquele charme histórico, ela realmente apostou em uma ambientação repleta de detalhes mas que não tornam a leitura cansativa e monótona, pelo contrário, dá ainda mais ânimo de prosseguir. Tardes de chá, as sombrinhas, passeios aos ar livre, vestidos cheios, rapazes cortes, damas, festas da alta sociedade, tudo isso e muito mais será implantado como cenário à uma história repleta de sobrenaturais andando por aí. Talvez você ache a escrita um pouco rebuscada e pense que isso retarde a leitura, mas eu discordo. Esse livro não se passa na momento atual, então foi totalmente compreensível o tipo de escrita pelo qual a autora optou.

Toda a trama foi muito bem construída e estruturada de uma forma que mesclasse um período histórico aos seres sobrenaturais, trazendo consigo uma protagonista excêntrica e um relacionamento amoroso nada parecido com o que você já viu. Alma? é o primeiro livro da série Protetora da Sombrinha, sendo que o próximo livro já foi publicado no Brasil com o nome Metamorfose?.

SOBRE A AUTORA
Gail Carriger começou a escrever para suportar as agruras de ser criada na obscuridade por uma britânica expatriada e um rabugento incorrigível. Fugiu da pacata vida interiorana e então, viajou pelas cidades históricas da Europa, sobrevivendo apenas dos biscoitos que levava escondidos na bolsa. Agora vive nas Colônias cercada por um harém de amantes armênios, só toma chá importado de Londres e cria gatos que urinam exclusivamente em vasos sanitários.

1 comentários:

  1. Acredita que nunca tive interesse na série por causa da capa?
    Mas agora,lendo a resenha,que entendi sobre o que o livro trata.
    Achei bem legal se tratar de um livro de época,com seres sobrenaturais.

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