Um distopia que me conquistou com muito custo, mas quando me apaixonei foi difícil conter a ansiedade por terminá-la.

Título: Estilhaça-me
Autora: Tahereh Mafi 
Páginas: 304
Ano: 2012
Editora: Novo Conceito
Avaliação: ★★★ (excelente)
Sinopse: Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.

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Com toda certeza esse foi o livro mais contraditório que eu já li na vida. Como é possível manter uma relação de amor e ódio com o mesmo livro e mesmo mantendo esse tipo de relação, foi um dos melhores do ano passado.

Vamos começar pelo lado da relação que odeia o livro. Eu odeio a protagonista, Juliette! Ela é irritante, chata, MUITO indecisa e completamente ingênua. Eu odeio o mocinho! Sim, o Adam é totalmente perfeitinho e não existem pessoas perfeitas, por este motivo o personagem não condiz com a realidade, o que fez com que eu o odiasse também. De cara, já odiei os dois primeiros personagens que aparecem na trama. Pra arruinar com tudo, as 150 páginas iniciais são horríveis. É só Juliette se lamentando e se culpando, e isso deixa o livro tedioso demais.

Minhas expectativas já não estavam altas para começar o livro, depois de tudo o que foi dito acima pode deduzir-se que quase abandonei a leitura, porém sou um leitor brasileiro, não desisto nunca não pude deixar de fazer essa trocdilho e continuei. Então, por voltar da metade do livro para frente o ritmo de leitura muda, a narrativa se torna um pouco menos cansativa e Warner está conquistando cada vez mais o leitor.
– A vida é um lugar frio – sussurra ele. – às vezes você tem que saber atirar primeiro. 
Depois de pontos e mais pontos negativos, vamos aos positivos. Warner. Ele é o que dá vida naquele livro. O cruel, calculista e frio líder do setor 45 é incrível. Por mais que ele tenha seus defeitos, qual pessoa não tem? Ele não precisar agradar ninguém, é prepotente, mata a sangue frio e deseja que Juliette, ao seu lado, devolva tudo o que ela sofreu por causa de seu dom.

Talvez isso seja o que mais me irrita na Juliette. Abandona em um hospital psiquiátrico pelos próprios pais e sempre rejeitada por todos, Juliette ainda sente-se culpada por tudo. Ela não é uma aberração ou algo assim, ela não pediu para nascer desta forma e deveria aceitar as coisas que podem fazer ao seu toque. Mas não, ela prefere chorar e se lamentar durante todo o livro.

E não tem como não falar sobre Kenji e James. Kenji é um amigo de Adam e não importa qual a situação que os personagens estejam enfrentando, ele sempre arranca risos, tanto dos personagens quanto dos leitores. E James é a inocência do livro, é o irmão mais novo de Adam e não tem como não amá-lo.
Há 17 anos tenho tentado escalar de volta, mas é quase impossível superar a gravidade quando ninguém está disposto a lhe dar a mão.
Claro, vamos falar sobre o triângulo amoroso. Lembra que eu disse que foi o livro mais contraditório que eu já li. Pois é, como eu detesto tanto a Juliette quanto o Adam, prefiro que os dois fiquem juntos. Warner é melhor que eles, é forte, um personagem que com certeza não combina com o estilo coitadinha da Juliette, então por achar que ela não mereça o Warner, prefiro que fique com o Adam.

Sobre o mundo distópico proposto pela autora, não é muito diferente dos outros. O mundo está devastado, as pessoas não tem nem o que comer além de estarem divididos em setores e há uma governo muito rigoroso.

E não tem como comparar o livro com a tão conhecida franquia X-Men. A protagonista possui um "dom" em que ao tocar na pessoa, ela pode matá-la e torturá-la. Segundo a autora, realmente X-Men inspirou a trilogia, Tahereh foi inspirada a escrever a trilogia pela personagem Vampira.
O riso vem da vida. Realmente nunca estive viva antes.
Até a metade do livro, a leitura é arrastada e entediante como eu já disse, porém não provém de uma escrita ruim, mas sim, porque eu detestei a protagonista e é ela quem narra o livro. A autora escreve maravilhosamente bem, sempre cheia de detalhes o que não dificulta em nada na imaginação deste novo mundo. Isso só se comprova em Destrua-me, o conto pelo ponto de vista de Warner, em breve falarei dele.

Excitação. Essa é a palavra que descreve o fim de Estilhaça-me. Eu mal podia conter a ansiedade de terminar as últimas páginas e quando terminou eu amaldiçoei tanto a autora por terminar daquela maneira.

Esta semana foi lançado o último volume da trilogia, intitulado Ignite Me e estou louco para ler. Já li Destrua-me, Liberta-me e Fracture Me que ainda não foi publicado no Brasil. Em breve resenha do restante da série, aguardem!

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Tahereh Mafi tem 25 anos. Nasceu em uma cidadezinha de Connecticut e hoje mora em Orange County, California - onde bebe muita cafeína e acha o tempo muito perfeito para seu gosto. Quando não encontra um livro, ela pode ser vista lendo papéis de bala, cupons e receitas antigas. "Estilhaça-me" é seu livro de estreia e o primeiro de uma trilogia. 

1 comentários:

  1. Eu li o livro, e confesso que nao gostei de nada hahaha! No maximo do vilão, mas ainda nao li aquele conto com o ponto de vista dele, para firmar minha opinião... Gente, a Juliete é uma chata, a situação é irritante, o mundo ta acabando e eles ficam pensando em namoro... Por favor! Ai, quando o final pareceu demonstrar alguma coisa... No fim, eles montam a própria liga do X-men... Blergh... AHuheu! Foi a distopia que eu menos gostei, de todas que eu li, a unica que quase me fez largar a leitura... Tanto é que nem fui atrás da continuação! Talvez quando sair tudo, eu de alguma oportunidade... Haha!

    Beeeijo
    http://www.falaurupes.com/

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